Depois de abandonar os estudos, Ruth encontra incentivo para voltar à sala de aula

Jovem vestindo uma blusa branca segura a filha no colo. A bebê menor de 1 ano veste um vestidinho amarelo e olha para a frente

Quase dois anos depois de abandonar os estudos, Ruth Santos retornou à sala de aula. Hoje, com 18 anos, a jovem entendeu que a educação é um direito e pode garantir uma vida melhor para sua filha, a pequena Ana Julia.

Jovem de cabelo loiro e vestindo uma blusa branca segura a filha no colo. A bebê menor de 1 ano veste um vestidinho amarelo e olha para a frente
Arquivo pessoal

No Brasil, cerca de 350 mil crianças e adolescentes abandonaram os estudos em 2019. Mais da metade desses meninos e dessas meninas vivem na Amazônia e no Semiárido. Para rever esse cenário, o Selo UNICEF propõe que os municípios realizem a Busca Ativa Escolar. Ela tem por objetivo apoiar os gestores públicos na identificação, no registro, controle e acompanhamento daqueles que estão fora da escola ou em risco de evasão. Implementar essa estratégia é uma das condições para que o município seja certificado pelo Selo UNICEF.

Nesta edição do Selo UNICEF, 90% dos municípios participantes aderiram à Busca Ativa Escolar, e foram de casa em casa, atrás de cada criança e adolescente que não estava na escola (confira aqui).

Em 2018, Ruth abandonou os estudos quando descobriu que estava grávida. Moradora de Rio Branco, no Acre, a jovem conta com o apoio do município para promover o desenvolvimento cognitivo de Ana Julia. Numa dessas visitas de rotina, os agentes municipais identificaram que Ruth estava fora da escola.

Para resolver a situação, a equipe da Busca Ativa Escolar foi acionada e ofereceu todo o suporte para que ela voltasse à sala de aula. Ruth foi matriculada em uma turma noturna de jovens e adultos. A escola fica um pouco distante de sua casa, mas nada que a desanimasse, porque agora Ruth tem um propósito.

“Eu resolvi voltar à escola, por conta da minha filha, também. Para dar um futuro melhor a ela e para mim”, diz.

Sobre a Busca Ativa Escolar

A Busca Ativa Escolar é uma plataforma gratuita para ajudar os municípios a combater a exclusão escolar, desenvolvida pelo UNICEF em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas) e o Instituto TIM. No âmbito do Selo UNICEF, a implementação do programa faz parte dos resultados sistêmicos e é uma ação obrigatória para os municípios inscritos na iniciativa.

A intenção é apoiar os governos na identificação, registro, controle e acompanhamento de crianças e adolescentes que estão fora da escola ou em risco de evasão. Por meio da Busca Ativa Escolar, municípios e estados terão dados concretos que possibilitarão planejar, desenvolver e implementar políticas públicas que contribuam para a inclusão escolar.

A Busca Ativa Escolar reúne representantes de diferentes áreas – Educação, Saúde, Assistência Social, Planejamento – dentro de uma mesma plataforma. Cada um tem papel específico, que vai desde a identificação de uma criança ou adolescente fora da escola até a tomada das providências necessárias para a matrícula e a permanência do aluno na escola. Todo o processo é feito pela internet e a ferramenta pode ser acessada em qualquer dispositivo como computadores de mesa, computadores portáteis, tablets ou celulares. Há também formulários impressos para agentes comunitários e técnicos verificadores que não têm acesso a dispositivos móveis. www.buscaativaescolar.org.br

O Selo UNICEF

A Edição 2017-2020 do Selo UNICEF contou com a participação de mais de 1.924 municípios de 18 estados brasileiros, na Amazônia e no Semiárido. Seu sucesso é resultado da parceria entre o UNICEF e governos estaduais e municipais por meio da atuação integrada entre diferentes níveis de governo voltados às crianças e adolescentes.

Alcançar os mais de 1.900 municípios que participam do Selo UNICEF só é possível graças ao apoio de milhares de doadores individuais e de parceiros corporativos como Amil, Instituto Net Claro Embratel, Fundação Itaú Social, RGE, Enel, Coelba, Cosern, Celpe, BNDES, CPFL, Sanofi, Neve, Energisa, Celpa e Cemar.